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Investigação

O projeto CRER – Adaptação do Posto Aquí- cola de Campelo para a Criação Experimental de Trutas Assilvestradas inclui a realização de várias tarefas complementares:

A. IDENTIFICAÇÃO DE CONDICIONANTES AO LONGO DA RIBEIRA DE ALGE

Em outubro de 2019, logo após o início do projeto, foi feita uma prospeção ao longo de toda a extensão da ribeira de Alge. Iniciou-se a caraterização ambiental através da prospeção de toda a extensão da ribeira de Alge, com aproximadamente 46 km, para: 1) avaliar a quantidade e qualidade do habitat disponível para a espécie alvo (truta-de-rio); e 2) identificar todas as potenciais condicionantes à sobrevivência dos indivíduos, como obstáculos à migração, fontes poluentes e outras alterações de habitat. Ao mesmo tempo, para se poder caracterizar o regime de temperatura da água na ribeira de Alge, foram colocadas várias sondas ao longo desta ribeira, para registar de forma contínua a temperatura da água ao longo de toda a duração do projeto. Para além de permitir identificar locais com temperaturas mais propícias para a truta-de-rio, este registo também permite definir o regime de temperaturas a implementar nos tanques de produção do posto aquícola, para a criação de trutas assilvestradas.

B. OBRAS DE ADAPTAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DO POSTO AQUÍCOLA DE CAMPELO

A nova infraestrutura criada com este projeto tem a capacidade de, em termos funcio- nais, adequar-se às necessidades biológicas e ecológicas da espécie-alvo, e submeter os indivíduos que serão estabulados a um grau de variabilidade ambiental semelhante àquele que estes espécimes estarão sujeitos após libertação na área de estudo, a ribeira de Alge.

C. CARACTERIZAÇÃO DA IDENTIDADE GENÉTICA DA POPULAÇÃO DE TRUTAS DA RIBEIRA DE ALGE

O objetivo principal deste projeto é a criação experimental de trutas assilvestradas, em cativeiro, com maior probabilidade de sobrevivência após libertação no meio natural. Numa primeira fase, as ações de repovoamento experimental decorrem no curso de água adjacente ao Posto Aquícola de Campelo, a ribeira de Alge. Para cumprir-se este objetivo, é fundamental que a identidade genética da população recetora seja preservada, de modo a se restaurar e repor, o mais possível, o ecossistema original. Deste modo, é crucial que a identidade genética da população dadora, as trutas a criar no renovado posto aquícola, seja semelhante à população recetora (nativa da ribeira de Alge), de modo a evitar que as ações de repovoamento a realizar causem uma contaminação genética dos indivíduos da ribeira de Alge.
Esta análise da identidade genética é efetuada recorrendo a técnicas de biologia molecular, que permitem determinar o grau de semelhança entre as trutas da ribeira de Alge e as trutas provenientes de várias outras populações amostradas, definidas como potenciais dadoras. Neste estudo, para além da população de trutas da ribei- ra de Alge, foram recolhidas amostras de barbatana adiposa provenientes de trutas selvagens representativas de toda a área de distribuição da espécie-alvo no território nacional (bacias hidrográficas do Minho, Lima, Vouga e Mondego) e de postos aquícolas situados quer em território português (Manteigas, Castrelos, Marão-Torno), quer na Galiza (Pontevedra).

D. MONITORIZAÇÃO DO PROJETO PILOTO DE REPOVOAMENTO DA RIBEIRA DE ALGE COM TRUTAS ASSILVESTRADAS

Esta componente do projeto CRER tem como objetivo monitorizar o estado das po- pulações de truta-de-rio da ribeira de Alge nos períodos pré e pós repovoamento ex- perimental da ribeira com as trutas estabu- ladas no posto aquícola. Esta tarefa permi- te validar o protocolo de assilvestramento e avaliar os impactes decorrentes das ações de repovoamento na população de de tru- tas-de-rio da ribeira de Alge.