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O Território da Ribeira de Alge

A ribeira de Alge, localizada na região Centro de Portugal, nasce a norte do concelho de Figueiró dos Vinhos e estende-se por cerca de 46 km, com uma sub-bacia com área total de 210 km2, terminando o seu percurso no rio Zêzere, um dos principais afluentes da bacia hidrográfica do Tejo, em plena albufeira da Barragem de Castelo do Bode.

O curso de água, bem como as suas áreas adjacentes, são caracterizados por um rico e diversificado património natural, no qual se destacam os seus recursos piscícolas, com a truta-de-rio a assumir-se como espécie mais emblemática pelo papel que desempenha na promoção da região em termos socioeconómicos, lúdicos e culturais.

Este território insere-se na rede de Aldeias de Xisto, nele incluindo paisagens naturais, que podem ser usufruídas pelos visitantes através, por exemplo, do Miradouro e passadiço das Fragas de São Simão; incorpora igualmente património construído e acidentes naturais importantes para o desenvolvimento sustentável do território.

Entre as várias infraestruturas que podemos encontrar ao longo do seu percurso, encontra-se o Posto Aquícola de Campelo (PAC), que tem albergado nos últimos anos projetos científicos direcionados para a conservação de espécimes piscícolas com elevado grau de ameaça e a sua posterior utilização em ações de repovoamento de vários cursos de água. 

Das espécies representantes da fauna piscícola autóctone da ribeira de Alge, as mais abundantes são espécies de ciprinideos e leuciscídeos, como a boga-comum (Pseudochondrostoma polylepis Steindachner, 1864), bordalo (Squalius alburnoides Steindachner, 1866), escalo-do-sul (Squalius pyrenaicus Günther, 1868) e barbo-comum (Luciobarbus bocagei Steindachner, 1864). É também possível encontrar nesta ribeira, embora em menor abundância, espécies de peixes como o verdemã-comum (Cobitis paludica de Buen, 1930) e a enguia-europeia (Anguilla anguilla Linnaeus, 1758). Quanto a espécies não-indígenas podemos encontrar abundantemente, sobretudo a jusante na ribeira, o góbio (Gobio lozanoi Doadrio & Madeira, 2004) e o ablete (Alburnus alburnus Linnaeus, 1758). É também possivel encontrar alguns exemplares de achigã (Micropterus salmoides Lacepède, 1802) e perca-sol (Lepomis gibbosus Linnaeus, 1758).